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Ansioso com o regresso ao trabalho? 5 dicas para um pós-férias tranquilo

28 Ago 2023 - 10:19

Ansioso com o regresso ao trabalho? 5 dicas para um pós-férias tranquilo

O fim das férias e o regresso ao trabalho pode ser um cenário de maior ansiedade e stress. A quantidade de trabalho que nos espera, as tarefas que se foram acumulando enquanto estivemos fora ou até o sentimento de culpa por ter tirado tempo de descanso podem estar na origem destas emoções.

Por outro lado, os sentimentos de insatisfação associados ao trabalho ganham também um peso maior na hora de regressar. Há quem interprete o final das férias como o fim do relaxamento, do prazer e da diversão e encare o regresso à rotina como um fator de stress.

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É importante sublinhar que a ansiedade é uma resposta natural do organismo perante mudanças ou novas situações. Mas há técnicas que podem ajudar a minimizá-la. Em declarações ao Viral, especialistas em psicologia e psiquiatria revelam cinco estratégias para ajudar a reduzir a ansiedade pós-férias.

1 – Prepare o regresso ao trabalho e faça planos

ansiedade regresso ao trabalho pós-férias

A primeira recomendação passa por procurar planear o seu trabalho, antes de chegar ao derradeiro dia de regressar.

Não se deve só preparar as férias, mas também o regresso”, aconselha a psicóloga Liliana Dias, membro do conselho de especialidade de psicologia do trabalho, social e das organizações da Ordem dos Psicólogos.

“É preciso dispensar tempo no planeamento, triar os emails, dar prioridade ao que é mais importante e, se for necessário, pedir ajuda aos colegas”, prossegue a especialista.

Este regresso pode representar uma carga de trabalho mais elevada do que o normal, com alguns assuntos que ficaram por tratar durante o tempo em que esteve fora. Por essa razão, é importante priorizar as tarefas que tem pela frente.

Também Maria Antónia Frasquilho, especialista em psiquiatria e em medicina do trabalho, destaca a palavra “ordem” como uma das mais importantes no regresso ao trabalho: “Veja o que é prioritário e o que pode resolver logo. O que não for prioritário, deixe para depois.”

A psiquiatra sublinha que “é preciso ajustar-se e aprender a lidar” com as tarefas “que não consegue resolver logo”. 

2 – Tome o seu tempo até recuperar o ritmo 

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Muitos e-mails por responder, muitos assuntos pendentes por tratar, e uma série de reuniões pela frente… Nem tudo será resolvido no primeiro dia de regresso. Liliana Dias sublinha que é necessário ter “calma” e procurar “dar tempo para se adaptar” ao ritmo de trabalho.

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É normal que, nos primeiros dias, o ritmo de trabalho não seja tão rápido como costuma ser. 

As férias podem ter alterado o seu “padrão de sono” e levado a uma “desaprendizagem do ritmo da intensidade do trabalho”, o que pode fazer com que as tarefas sejam realizadas de forma mais lenta.

Querer resolver todas as questões no primeiro dia pode tornar-se um “objetivo irrealizável” e, por consequência, uma fonte de stress e ansiedade. “Seja gentil consigo próprio”, acrescenta a psicóloga.

Para Manuela Bispo, psicóloga clínica especializada em jovens e adultos, é importante lembrar-se que não está sozinho neste regresso: “Pensar que não somos os únicos nesta situação faz com que todo o nosso sistema parassimpático caminhe para um estado de acalmia.”

3 – Procure focar-se nas partes positivas do seu dia

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O fim das férias pode ser interpretado como o fim do descanso, do relaxamento e do tempo livre. E estes “fins” podem trazer pensamentos e sentimentos negativos. Evite focar-se no que irá “perder” com o término das férias e dê destaque aos sentimentos positivos.

A psicóloga Manuela Bispo sugere um exercício diário para destacar os acontecimentos positivos.

“No final do dia, pense em três coisas positivas que aconteceram nas três áreas da sua vida – profissional, familiar e pessoal. Ao fazermos isso diariamente, vamos assumido que há coisas positivas no nosso dia-a-dia e que somos capazes de controlar o que nos provoca ansiedade”, sustenta.

Maria Antónia Frasquilho recomenda “limpar as lentes de ver o mundo”. A psiquiatra sublinha a importância de “reformular a forma como vê a realidade” e ajustar as expectativas, de forma a “conseguir encontrar satisfação” no que faz.

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As férias sabem bem porque existe o trabalho”, lembra a psiquiatra, acrescentado que esta afirmação pode ajudar “o dia de trabalho a ficar mais leve”.

No mesmo sentido, Liliana Dias lembra que o “trabalho é uma parte muito positiva para o nosso bem-estar”, porque pode trazer “satisfação e realização”.

4 – Utilize técnicas de respiração para ultrapassar momentos mais stressantes

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Uma das formas de lidar com os sintomas de stress e ansiedade passa por realizar técnicas de respiração e relaxamento.

Manuela Bispo explica que estas técnicas “devem ser treinadas diariamente” para que possam ser usadas em situações emocionalmente desafiantes.

A psicóloga sugere uma técnica de respiração “com uma cadência ao segundo de quatro-dois-seis” – ou seja, quatro segundos de inspiração, dois a segurar a respiração e seis a expirar – ajuda a reduzir o ritmo cardíaco e a acalmar os sintomas de ansiedade.

“Se treinar todos os dias, as técnicas de respiração são ferramentas que poderá aplicar em qualquer lado, mesmo com estímulos à sua volta”, acrescenta Manuela Bispo.

No entanto, Liliana Dias lembra que estas estratégias físicas de relaxamento e meditação “são ótimas ferramentas, mas não vão à raiz do problema e à fonte da ansiedade”. Para tal, poderá recorrer à psicoterapia e trabalhar nas situações que estão a causar ansiedade e stress.

5 – Se está descontente com o seu trabalho, é o momento de agir

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A ansiedade no regresso pode também estar associada ao descontentamento com o trabalho. Se não gosta da sua função, da sua equipa ou do seu chefe, esta pode ser uma boa altura para refletir sobre o seu futuro profissional.

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Maria Antónia Frasquilho reforça que, “se a ansiedade faz o trabalhador sofrer, este tem de se interrogar se está no lugar certo”. Se, de facto, não gosta do seu trabalho, “tem de fazer mudanças”, acrescenta a psiquiatra. 

Também Liliana Dias sublinha que, nesta situação, é importante “criar um plano de ação” para “procurar uma alternativa” mais apropriada

“É preciso que queira mudar, não se torne uma vítima da situação. Se nada mudar, os sentimentos de frustração não vão diminuir”, explica a psicóloga.

Esta mudança não precisa de ser radical ou representar um “corte abrupto”. Poderá começar por “falar com a sua chefia ou ver se há outras vagas dentro da organização”. Caso não encontre uma melhor solução dentro da sua empresa, poderá procurar vagas noutros locais

“Se houver questões no trabalho que o façam sentir-se mal, se há algo que não está a funcionar bem, tem de ser proativo”, conclui.

Categorias:

Saúde mental

28 Ago 2023 - 10:19

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